domingo, 20 de junho de 2010

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É incrível como vida passa despercebida por nós. Conhecemos pessoas de todos os tipos, tantas qualidades, tantos defeitos e tantos problemas. Só nos lembramos dos detalhes mais sórdidos, cruéis e idiotas. Não reparamos no quão especial pode ser cada momento, cada pessoa.
Inventamos mil maneiras de esquecer o que passou, mil maneiras de evitar tantas pessoas, tantas coisas. Não damos chance a vida e sempre esperamos que ela nos recompense por algo de fato nunca existiu. Somos tão mesquinhos, incompreensíveis.
Não apreciamos os detalhes certos, não notamos aqueles que querem nossa atenção, aqueles que são merecedores de nossas horas livres.
Esquecemos o significado de nossas escolhas, esquecemos as nossas escolhas, mudamos de direção o tempo todo. Amamos e odiamos tão rápido, julgamos e discriminamos tão conscientemente e fingimos não perceber. Não reparamos nos antigos, nos idosos que tanto viveram. Quantas histórias eles guardam consigo? Imagino sempre que eles já foram como nós no passado, e agora estão ali esperando que alguém os ouça que alguém os entenda e até os ame.
Olho todas as crianças perdidas na multidão, correndo, tão livres, descomprometidas e ingênuas. Sempre lembro que fui como elas, tive minhas chances de ser divertida, ingênua. Eu amava tão intensamente, dava atenção a todos e fazia cada momento ser especial. Estava sempre ouvindo as histórias que meus avós contavam, adorava estar ao lado dos velhinhos que moravam por perto.
É! Eu mudei. Me lembro quando escrevia só pra me expressar e contar uma história, lembro também dos meus diários, da ansiedade em achar logo a chave do cadeado para abrir aquele minúsculo amontoado de folhinhas e começar a saudá-lo como se aquilo fosse um amigo para quem eu podia contar tudo.
Quem sou eu? Quem era eu? Quem serei eu?
O que faço agora é o que aos poucos forma minha identidade quanto pessoa. Os grupos que freqüento, no que eu acredito, o que eu não acredito mais. Pelo menos é isso que aprendi em algumas aulas de sociologia.
Cada nova palavra, cada novo amigo, cada filme, cada cena, cada momento, cada amor, cada beijo, cada abraço, cada gesto, cada grupo, cada pessoa, eu guardo. Vivo as minhas emoções, tento ser diferente, tento apreciar as coisas, as pessoas, ver o bom de cada uma.
Não sei o que vai acontecer amanhã, mas posso começar a ter uma idéia hoje. Não sei quem estará vivo amanhã, mas espero sempre ver os mesmos rostos. Não sei bem meu lugar, mas estou aqui. Tiro uma lição de tudo, tenho uma trilha sonora para tudo. Tenho 20 anos e só vivo de planejar. Mil inseguranças, mil idéias e nada mais.
Ainda não é minha hora de sumir nesse mundo. Quero ver gente, mas não essa gente, quero o diferente, apreciar a vida. Não quero mudar quem sou, só quero melhorar o que posso ser. Existe um segredo em cada um de nós, que nem nós mesmos conhecemos, e só vivendo se descobre.

Um comentário:

taynara godoy disse...

-ain Amigha é mesmoo tanta coisas que deixamos de viver por bobeira !
nus seuu blogue ta muitooo show amigha !
Super lindoo *-* continuee assim !
te amooo Muitãoo Flor ...